Na América do Sul — especialmente no Brasil e na Argentina — poucos artistas são tão adorados e aclamados pelo público quanto o DJ israelense Guy J. Ao longo dos últimos 10 anos, suas apresentações lendárias solidificaram uma relação de profunda conexão e confiança com seus fãs, tornando-o um nome constantemente requisitado para retornar à região, independentemente do tempo que passe.
Prova disso é que ele esteve no Brasil no final do ano passado e agora, pouco mais de 6 meses depois, já está de volta para uma nova tour, onde fará seu retorno ao D-Edge (18), em São Paulo, ao Surreal Park (19), e sua estreia no Amazon Club (20), em Chapecó/SC. Vale destacar que no Surreal ele irá tocar desta vez na pista Bells — após se apresentar no final do ano passado na pista Nomad, no aniversário de 2 anos do club.
Aproveitando esse momento especial, separamos e destacamos algumas características deste fenômeno do Progressive House que fazem dele um artista tão diferenciado e reverenciado na cena underground global. Confira:
Discografia
Guy J vem lançando música desde 2006 e o resultado disso é uma rica enorme, recheada com clássicos atemporais, faixas de diferentes estilos, singles, EPs e álbuns, com destaque para "Esperanza", "1000 Words" e "The Trees, The Sea & The Sun". Seus releases foram assinados por algumas das principais gravadoras do mundo, incluindo Bedrock Records, Balance Music, Sudbeat, Anjunadeep, Global Underground e, claro, a sua própria Lost & Found, o que nos leva ao segundo tópico.
Headlabel da Lost & Found
Em meados de 2012, Guy J fundou o seu próprio selo, Lost & Found, que se tornou uma das labels mais influentes na história da dance music underground por conta de seus lançamentos de altíssima qualidade. Apesar do ciclo ter se encerrado em agosto do ano passado com o lançamento de número 100 — uma releitura do primeiro release do selo — a história da Lost & Found ainda resistirá ao teste do tempo devido ao caráter atemporal das músicas do catálogo.
Um produtor musical versátil
É claro que o estilo predominante de Guy J, tanto como DJ como produtor, é o Progressive House; porém, explorando seu catálogo, é possível encontrar um pouco de tudo. Desde faixas que flertam com o Techno, outras que trazem elementos do Trance (tanto que ele já colaborou com Astrix em ‘River’), algumas se aproximando do Tech House e outras do Deep. Porém, sua essência sempre foi e será progressiva, sem nunca fugir de suas raízes, mas sempre explorando outros territórios.
Parceria com a Bedrock
Fundada por John Digweed em 1999, a Bedrock é uma das gravadoras mais célebres da história da música eletrônica, responsável por impulsionar muitos artistas na cena, incluindo Guy J. A relação deles começou quando o manager de Guy J enviou uma música para o selo, chamando a atenção de Digweed, que ficou impressionado com o que ouviu. Depois do primeiro release de Guy J por lá, em 2007, as aparições do produtor israelense se tornaram cada vez mais recorrentes, tanto que três de seus álbuns foram lançados por lá: Esperanza (2008), 1000 Words (2011) e The Trees, The Sea & The Sun (2015).
Profundidade emocional em todos os sets
Uma das características mais marcantes de Guy J é sem dúvidas a capacidade que ele possui de contar histórias ao longo do set, criando momentos de muita profundidade emocional. Suas performances são ao mesmo tempo hipnóticas e imersivas, com mixagens tão sutis e perfeitas que são quase imperceptíveis. Em todas as suas apresentações ele busca guiar quem está na pista em uma jornada, criando uma conexão muito forte entre público e DJ, o que faz total diferença na experiência.
Educação e influência para novos artistas
É difícil encontrar algum artista hoje que não conheça o trabalho de Guy J ou que não use o artista como fonte de inspiração. Afinal, ele possui praticamente os principais quesitos que um artista precisa para se tornar referência: qualidade técnica e criativa, identidade, originalidade e produções que conversam com diferentes públicos.
Um artista ‘low profile’
Este último tópico é justamente para mostrar que quando a música fala por si só, as redes sociais não são apenas coadjuvantes e não personagens principais. Se você navegar pelo Instagram do Guy J, dificilmente vai encontrar vídeos de suas performances. Também não vai ver qualquer outro tipo de conteúdo apelativo. A maioria dos posts são flyers divulgando os eventos onde ele irá tocar, fotos de algumas gigs e de lifestyle. Não é um feed esteticamente bonito ou harmônico, já que o mais importante da carreira dele acontece mesmo na pista de dança.
Por isso, neste retorno do artista ao Brasil, lembre-se de guardar o celular e aproveitar cada instante de suas apresentações no D-Edge, no Surreal Park e no Amazon Club, onde Guy J demonstrará mais uma vez por que é tão querido pelo público brasileiro. A conexão profunda que ele estabelece com os fãs durante suas gigs cria uma experiência única e memorável, que vai muito além da música e se transforma em uma verdadeira jornada emocional. Pode ter certeza que serão lembranças que você levará para o resto da vida.
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