DOTTEN FALA SOBRE NOVA TRACK PELA OMNES RECORDS, CARREIRA E REFERÊNCIAS NA MÚSICA

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DOTTEN FALA SOBRE NOVA TRACK PELA OMNES RECORDS, CARREIRA E REFERÊNCIAS NA MÚSICA


 Natural de Uruguaiana/RS, o DJ e produtor Dotten lançou recentemente a faixa “Nada Mais Importa”, a segunda pela gravadora brasileira OMNES Records. Nela o gaúcho entrega um techno melódico com vocal em português, melodias marcantes e emotivas. Ouça aqui!

Baseado em Florianópolis/SC, onde trabalha em seu possante home studio, Antonio Delgado também é sócio e professor na House Mag Academy.

Batemos um papo com Dotten que falou mais sobre o lançamento, influências e referências na música, e também comentou sobre a cena eletrônica em Floripa. Confira!


Dotten, você foi influenciado pelo avô na música, onde teve contato precoce com instrumentos musicais. O interesse pela música eletrônica surgiu quando e como na sua vida?

Costumo falar muito que a paixão pela música de, se não todas as pessoas, mas a grande maioria, começa no momento de nascença. Seja dentro de um hospital, tocando alguma música na rádio ambiente, algum programa musical. Seja em alguma cultura, por exemplo, as famílias levam as músicas culturalmente. Comigo não foi diferente. Logo nos meus primeiros passos, ouvi diferentes tipos e estilos de músicas, sendo tradicionais gaúchas, era ainda o final da época da fita, partindo para a transição de CDs e DVDs.

Além dessas músicas tradicionalistas do meu estado de nascimento, quando fui morar na cidade grande pela primeira vez, em busca de estudos e uma vida além do interior, comecei a entender um pouco mais sobre tecnologias e coisas digitais.

A paixão pela música eletrônica, em específico, começou próximo dos meus 18 anos quando fui a minha primeira festa. Na época estava começando o que se chama "Brazilian Bass”. Desde então eu sigo em busca de entender como as festas funcionam, como elas são criadas e gerenciadas, como o backstage funciona, como o DJ escolhe as suas músicas.


Além de DJ e produtor você é também empreendedor e sócio da House Mag Academy. A ideia de atuar nos backstages da cena surgiu mesmo antes da sua carreira como artista? Como as coisas aconteceram no lado empresário?

Eu busquei atuar no backstage para justamente entender como tudo em relação a festas, artistas, DJs, etc, funcionam. Tive a oportunidade de ser sócio da House Mag Academy, a convite do fundador Iaell e sua esposa Jeniffer, a qual sou extremamente grato por tudo que eu aprendi com eles e todas as portas que se abriram com essa parceria.

Esse lado empresarial de entender como uma empresa de fato funciona, todas as fases de gerenciamento e desafios, eu aprendi lá. Durante essa experiência, aprendi quais são os desafios de ser empreendedor no nosso país, e que a música é para todos. Tive a oportunidade de ministrar algumas aulas dentro da academia, para novos alunos e aspirantes a DJs e Artistas.

Na HMA formamos artistas. Desafios como ensinar pessoas com alguma condição diferente, por exemplo, o DJ surdo chamado Afonso, foi fantástico. Ele sempre demonstrou empenho em realizar o sonho dele e nenhuma outra escola tinha dado essa oportunidade. A HMA deu! Ficamos muito felizes em nos doar completamente de maneira igual, e acabamos descobrindo o quão fantástico é juntar forças e fazer nossos objetivos e sonhos acontecer.


As suas influências incluem Mamonas Assassinas, Tim Maia, Dilby, Jack District, Martin Ikin e Nick Curly, entre outros. Quais referências você trouxe para “Nada Mais Importa”?

Não gosto de ficar rotulando coisas. Rotulando o que cada um vai ser, o que cada DJ vai tocar, qual estilo musical vamos seguir cegamente. Gosto muito de me adaptar, seja tocando, produzindo, depende do dia, se está cinzento ou ensolarado, depende do lugar, se é mais "underground", se é beach club pé na areia, dependendo do público que está assistindo a minha apresentação.

Com a "Nada Mais Importa", não foi diferente! Foi um desafio muito grande, vocal em português, bastante sentimental. Quando produzi a faixa, busquei atingir justamente esses sentimentos que são de cada um. Cada pessoa vai se identificar com esse vocal de diferentes maneiras, sejam eles momentos ruins, de insegurança, medos, perdas. Ou momentos bons, de alívio, de segurança, de epifania, de libertação e recomeços.

A track é bastante melódica, trouxe elementos de sintetizadores do meu home estúdio, ela tem um drop bem puxado para o techno, mais sério, mais "bruto".


Este é o segundo lançamento da sua carreira e pela OMNES Records. Como você se sente lançando por uma gravadora brasileira que vem se destacando no mercado?

Eu me sinto muito honrado em fazer parte desse crescimento juntos. Fui convidado a lançar minhas primeiras músicas pela gravadora, acredito que é um trabalho de longo prazo, ganhando corpo e notoriedade na cena, justamente como está o pensamento para o meu crescimento também. Acredito que novos DJs e produtores musicais devem seguir esse caminho inicial, aprender o máximo possível no início, buscar trabalhos em conjunto, collabs, apoio de pequenas gravadoras, para lá na frente chegar e bater de frente com os big players da cena.

Certamente a concorrência por grandes gravadoras é muito maior do que lançamentos mais modestos e de pontapé inicial. É necessário ter o pé no chão e entender isso. Entendo que não é um super, hiper, mega lançamento e um grande DJ, mas isso não anula o fato de ser um bom lançamento, bem estruturado, organizado, planejado e com um ótimo potencial de crescimento futuro. Por que não lançar outras versões da música, por exemplo? Seguir forte no pós lançamentos e manter a música em alta.


Você é de Uruguaiana/RS, atualmente reside atualmente em Florianópolis e já marcou presença em clubes renomados, como Warung, Green Valley e Surreal Park. Como é a cena eletrônica em Floripa e como ela se diferencia de outras regiões do Brasil?

Tive a oportunidade de conhecer, como espectador, esses grandes clubes da região onde moro. São fantásticos! Oferecem uma experiência sonora completa, com ótimos sistemas de som, ótima estrutura, bonita, curadoria musical excelente trazendo diferentes estilos de som diferentes em diferentes festas e propostas. É uma cena eletrônica bastante movimentada e especial. Em comparação com São Paulo acaba ficando injusto. Tanto em questão de investimentos, tamanho, estruturas astronômicas, locais, e diversidades de público.

A cena eletrônica da ilha de Florianópolis, onde moro, é especial! Não é algo grande como esses clubes, mas é encabeçada por moradores locais, que juntos conseguimos fazer essa cena acontecer. A magia da ilha é o verão, beach clubs, calor, não tem como fugir disso. Mas a galera daqui, amigos meus, conhecidos, fazem um trabalho excepcional e lindo em fazer a cena eletrônica da ilha acontecer.


Dotten, você é especializado em house music, especialmente deep house. Quais são suas referências hoje dentro da música eletrônica?

Hoje as minhas referências dentro da house music são bastante amplas e variadas. Recentemente, durante a minha tour pelos Estados Unidos, me adaptei a um estilo de som com BPM mais rápido, caso do deep house. Mark Knight, Marc Lenz, Dilby, Jack District, Danny Serrano, Tim Green, Hot Since 82.

Nos beach clubs de onde moro, costumo apresentar algo mais vibe praiana, com muitos elementos orgânicos, progressividade, com Guy J, Sebastien Leger, Hernan Cattaneo, Khen, Alex O`Rion, Tim Green.

Mas, a minha maior inspiração acredito que seja o Vintage Culture. Gosto muito da maneira que ele construiu toda a carreira dele, desde o início se preocupando com a própria marca e gestão como um todo. Estilo de som, também. Recentemente com esse meu último lançamento.


Você já tem outros lançamentos engatilhados? Quais as próximas novidades na sua carreira?

Sim, tenho lançamentos engatilhados! Inclusive, mais um remix de vocal brasileiro, pra variar, hehe. To bem feliz e animado com essa produção. Dentro de alguns dias eu espero ter novidades sobre.

Muito disso vem do que eu vi em tour pela europa e mais recente ainda nos Estados Unidos. Ver como brasileiros são representados lá fora, pela música eletrônica, muita brasilidade tocando, dentro de deep, organic, afro, etc. É incrível!

Quero seguir nesse caminho de erguer e expôr isso. Quero seguir tocando esses projetos de diferentes vertentes sonoras, como falei anteriormente, nessas adaptações de lugar para lugar, clube para clube. Tudo pela música eletrônica!


Sobre Dotten

Nascido em Uruguaiana/RS, Dotten é um produtor musical brasileiro apaixonado por arte desde a infância. Seu primeiro lançamento, "Wake Up", em parceria com Zoldic e a cantora Sofia Gayoso, ocorreu em janeiro de 2024 pela Omnes Records.

Influenciado pelo avô, um talentoso tocador de gaita gaúcho, Dotten teve contato precoce com instrumentos musicais, mantendo essa paixão ao longo da vida. Especializado em house music, especialmente deep house, suas influências incluem Mamonas Assassinas, Tim Maia, Dilby, Jack District, Martin Ikin e Nick Curly, entre outros.

A jornada musical de Dotten começou em 2016, aos 18 anos, em eventos como a Sunset Sessions. Ao longo dos anos, marcou presença em clubes renomados, como Warung, Green Valley e Surreal Park, por todo o Brasil. Além de sua carreira musical, ele é um empreendedor e sócio da House Mag Academy, a maior academia para DJs do Brasil, onde compartilha conhecimento como professor de discotecagem.

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