Solomun é um dos maiores nomes da house music na atualidade. Logo, ter a sua aprovação é como uma insígnia de status e qualidade, que impressiona e abre novas portas. É o que está rolando agora com o Marsellie.
Lançado pela Diynamic, gravadora do DJ e produtor bósnio-alemão, o EP “Ghost” chegou no último dia 10 já com suportes do próprio Solomun.
O disco vem na esteira do sucesso de “11:11”, álbum de estreia da dupla brasileira lançado em agosto do ano passado, com direito a uma ambiciosa campanha promocional, que envolveu designers e cineastas conceituados e gravações por desertos dos Estados Unidos.
“Ghost”, entretanto, aproxima um pouco mais o duo formado por Julio Torres e Sarria das pistas de dança, embora sua identidade musical, carregada em elementos cinematográficos e construções narrativas, continue evidente.
O groove das linhas de baixo orgânicas se destaca por toda a obra. Collab com Coppola, a ensolarada “Body in Body” abre o EP com leveza e otimismo. “I’m in Love with a Girl from the 80s” vem na sequência, com uma pegada mais roqueira e noturna: uma declaração de amor do Marsellie ao clássico som sintetizado dos anos 80. “Ghost” fecha o pacote em uma pegada mais sombria e misteriosa, com drama, mistério e uma aura mais obscura.
Batemos um papo com a dupla, que revelou mais detalhes sobre a obra. Confira!
"Ghost" marca uma nova fase do Marsellie? Algo como uma virada de página em relação ao "11:11", abraçando uma leve mudança de sonoridade?
Sarria: Sim! Este EP marca o início da segunda fase do projeto. '11:11' foi um marco para nós, estávamos nos redescobrindo como artistas. Foi um álbum necessário para que pudéssemos expressar tudo aquilo que estávamos vivendo em 2020.
Com a volta das festas e dos eventos, começamos a absorver e a escutar outros artistas, o que nos levou a uma nova imersão no estúdio, para a construção de uma sonoridade mais 'forte', mas que ainda se conectasse com a história construída no início do projeto com o primeiro álbum.
Vocês haviam feito todos seus lançamentos anteriores pela própria label, a Simply Different. O que representa lançar pela primeira vez, por uma gravadora de terceiros, ainda mais de um ícone como Solomun?
Julio Torres: Fazer parte da história deste selo, ao assinar um EP com três faixas, nos enche de orgulho. Reconhecemos a importância de Solomun para a cena eletrônica mundial, e estar conectados com ele neste exato momento, enquanto o Marsellie inicia sua segunda fase, é algo que nos dá a certeza de estarmos no caminho certo.
Acreditamos firmemente em nossa música e saber que fomos notados por ele e pela DIY só nos enche de força para seguir em frente.
Como vocês chegaram até o Solomun e a Diynamic? Tem rolado contato direto com o DJ?
Sarria: No final de novembro do ano passado, enviamos um e-mail para eles com algumas demos que havíamos produzido no segundo semestre de 2023. Em 30 de dezembro, recebemos uma resposta deles informando que tinham gostado de duas faixas: "Ghost" e "I'm Love". Naquele momento, pediram que enviássemos mais algumas ideias. Foi então que finalizamos e enviamos "Body in Body", uma faixa em colaboração com Coppola. Quando deram o aval para essa faixa, fechamos a data de lançamento apenas algumas semanas depois.
Podem nos dizer se há outros lançamentos engatilhados por esta ou por outras grandes gravadoras do cenário eletrônico?
Julio Torres: Podemos adiantar que tem muitas novidades pela frente, mas vamos deixar um mistério no ar dessa vez haha.
O que o ano de 2024 ainda reserva ao Marsellie?
Sarria: Estamos nos mudando para um novo estúdio, onde construímos um espaço para que artistas de diferentes classes e segmentos possam se conectar. Queremos participar de projetos que vão além da música. Foi assim quando nos envolvemos com o SPFW e quando escolhemos a capa do nosso álbum, uma obra pintada à mão pelo artista plástico de Belo Horizonte, André Dalata.
Esperamos que o ano de 2024 seja incrível, estamos no processo de criar novas músicas. Posso adiantar que em breve revelaremos algo em que estamos trabalhando.
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