A cidade californiana de San Diego tem se mostrado como uma das melhores cenas eletrônicas dos Estados Unidos da atualidade. O ambiente favorece, pelas suas belas praias, alta quantidade de estudantes misturados a alta quantidade de turistas. Diversas festas eletrônicas acontecem todas as semanas pelos clubs, barcos e espaços de eventos.
A comunidade brasileira que vive na cidade, e que gosta de música eletrônica, tem estado mais ativa do que nunca. A quantidade de DJs brasileiros atuantes no mercado local é bastante relevante. Um desses projetos é o AMA, que frequentemente realiza eventos pela cidade e recebe DJs e artistas brasileiros em seus line ups. Para o fim deste mês, mais precisamente no dia 25 de Novembro, o projeto estará recebendo o DJ curitibano Albuquerque. Além de mais artistas brasileiros em sua seleção artística. Aproveitamos para bater um papo com Juleandro Oliveira, responsável pelo projeto e também com o DJ Albuquerque, sobre a expectativa de sua turnê pelos Estados Unidos.
Para saber mais sobre isso tudo e muito mais, nosso correspondente nos Estados Unidos, Rafael Araújo, bateu um papo exclusivo com Albuquerque e Juleandro Oliveira. , que você confere aqui, na maior revista de música eletrônica do mundo em sua edição brasileira, a Rádio Tecno House!
Mas antes bora dar o play nesse set do artista, gravado no Warung Beach Club, em Santa Catarina.
Fale-nos um pouco sobre o projeto AMA. O que significa a sigla? Quem está por trás deste projeto?
J Oliveira:O AMA nasceu em um encontro entre quatro amigos, sendo três brasileiros e um venezuelano, com o mesmo desejo de criar um projeto onde pudessem proporcionar uma experiência de música da cultura latina. A sigla AMA tem duplo significado: vem da vibração tropical da Amazônia com sons profundos e cativantes e também da expressão “amar”.
Como vocês construíram essa comunidade? Há quanto tempo estão em atividade e quantas edições já realizaram?
J Oliveira:O AMA Sounds vem sendo idealizado há quase um ano, mas a primeira edição acabou acontecendo apenas em Julho de 2023, na praia Fiesta Island, em San Diego – CA. Ao todo, foram 5 edições. Constituído, em sua grande maioria, por uma comunidade brasileira, porém também frequentado por americanos.
Como está a cena de música eletrônica em San Diego atualmente?
J Oliveira: Atualmente, a cena da música eletrônica em San Diego cresceu bastante e está mais viva do que nunca, tendo em vista que, por conta da pandemia, o cenário estava meio apagado, mas depois disso os produtores viram uma oportunidade de crescimento, de criar novos coletivos e trazer mais entretenimento para a cidade. E foi nessa brecha que o AMA viu a oportunidade e avançou.
É muito difícil realizar eventos nos Estados Unidos? Chegaram a promover eventos no Brasil? Existe alguma diferença?
J Oliveira: Realizar evento nos EUA não é difícil. Teoricamente é como no Brasil. Mas precisa de bom gosto e planejamento. O que pode ser um pouco mais difícil é a questão da prestação de serviços. Aqui você acaba tendo mais dificuldade com terceirizados, consequentemente tendo que “colocar a mão na massa”. Já no Brasil, realizei alguns eventos, entre eles três tours do Warung em Belo Horizonte. Acredito que lá o serviço seja melhor executado no que diz respeito a fornecedores e terceirizados.
Nesta próxima edição do projeto, vocês irão receber o DJ Albuquerque, de Curitiba. Qual a relevância de levar DJs brasileiros para tocar na Califórnia? O público reconhece esses artistas?
J Oliveira: Trazer DJs brasileiros, como o Albuquerque, para tocar na Califórnia, traz uma perspectiva única à experiência musical. Isso não só diversifica a oferta, mas também destaca a riqueza e diversidade da cena eletrônica brasileira. O público poderá apreciar e reconhecer esses artistas, pois essa diversidade proporciona a eles uma experiência culturalmente enriquecedora, o que potencialmente atrairá novos públicos pro AMA, consequentemente para a cena em San Diego também.
RTH: Ricardo Albuquerque, seja bem vindo mais uma vez! Por gentileza, quais as expectativas para essa turnê nos Estados Unidos ?
Albuquerque: As expectativas são ótimas! Estou muito feliz em voltar a Miami e me apresentar pela primeira vez na costa oeste. O evento AMA em San Diego no dia 25 de novembro promete reunir muita gente que já me conhece mas que pela distância acaba acompanhando pelo YouTube, Spotify ou Soundcloud. Quero muito que seja uma data especial. Em Miami me apresento no dia 3 de Dezembro, no Sagamore Hotel juntamente com Chus, Brian Cid e Kike Roldan. Será uma festa de dia e envolve o staff que tomava conta do Treehouse, assim tem tudo pra ser muito legal mesmo. Por fim, no dia 5 de Dezembro faremos uma gravação de set em alto-mar saindo da marina de Aventura na Flórida. Farei 3 horas de set que posteriormente estará no YouTube.
RTH: Você sente que o mercado americano tem absorvido mais DJs brasileiros?
Albuquerque: Acredito que o mercado mundial está sim mais aberto a artistas de outros continentes de forma geral. Mas cada sub-gênero da música eletrônica acaba sendo melhor aceito em algumas regiões, por questões culturais e até históricas, então em algumas praças os brasileiros do Techno tem mais entrada e por sua vez os houzeiros tem em outras. San Diego e Los Angeles vem recebendo grandes eventos de música eletrônica e isso acaba abrindo espaço para que as festas recebam os brasileiros também. É legal ver artistas como o Maz fazendo passagens frequentes por essas cidades. Os DJs brasileiros sabem muito bem conquistar uma pista e isso só tende a crescer.
RTH: Seus sets, o que o público americano poderá esperar ?
Albuquerque: Com certeza uma entrega sincera. Tenho feito sets que podem variar de acordo com cada cenário. Portanto, cada uma dessas três datas merece um set específico. Quero que todos se divirtam muito e saiam com a sensação de terem ouvido um set singular.
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