RITA LEE E MÚSICA ELETRÔNICA: CONHEÇA O LEGADO DA ETERNA RAINHA DO ROCK PARA A DANCE MUSIC NACIONAL

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RITA LEE E MÚSICA ELETRÔNICA: CONHEÇA O LEGADO DA ETERNA RAINHA DO ROCK PARA A DANCE MUSIC NACIONAL


Uma das maiores e mais importantes figuras da música brasileira de toda a história nos deixou hoje. Rita Lee faleceu aos 75 anos em decorrência de um câncer de pulmão que lutava contra desde 2021.

Reunindo irreverência, personalidade e inconformismo em uma carreira de 6 décadas e mais de 300 composições, Rita Lee conquistou 2 Grammy’s Latinos e é a mulher brasileira com mais discos vendidos no Brasil, conseguindo extrapolar o apelido de “Rainha do Rock”.

Sempre multifacetada, Rita e sua sonoridade única atingiram uma enorme gama de públicos distintos, tendo explorado outros gêneros como o pop, bossa nova, mpb e até mesmo a música eletrônica.

Desde o início de sua carreira, quando fazia parte da banda Os Mutantes durante o período tropicalista, Rita Lee se aventurava em sons fora da caixa com uma espécie de rock psicodélico, pegando influências da música eletrônica. Além de cantar e compor, ela também tocava flauta, piano, percussão, violão, e sintetizadores. Um bom exemplo de seu talento e versatilidade é sua obra “2001” - segundo a artista contou à Folha em 1998, ela utilizou um Theremin, um dos primeiros instrumentos eletrônicos da história da música, para produzir a faixa.

Ao longo dos anos 70 e 80, Rita lançou uma série de álbuns de destaque, que percorreu por diferentes estilos musicais, incluindo a disco music. Clássicos como “Lança Perfume”“Banho de Espuma” e “Atlântida” conquistaram o público com suas batidas contagiantes de fortes influências eletrônicas e letras provocantes – quem viveu essa época sabe que era impossível ficar parado!

Em entrevista há duas décadas atrás para a TV Uol, em 2000, Rita falou sobre o processo de renovação da música. Na conversa, a artista citou que a música eletrônica é planetária e utiliza a linguagem do rock’n’roll, ressaltando a relevância e contribuição desse gênero para a comunidade musical global.

Vale lembrar que um de seus filhos, João Lee, é DJ e produtor de música eletrônica. Com a aprovação dos pais, o legado de Rita Lee foi trazido para a dance music em 2021 através de um trabalho de repaginação sublime de vários sucessos, reunindo grandes pioneiros e novos talentos do cenário eletrônico brasileiro para revisitar a lendária carreira da artista. O resultado foi o belo projeto "Classix Remix", uma obra dividida em três partes que juntas somaram mais de 40 tracks, produzidas por gigantes como Gui BorattoDJ MarkyVintage CultureTropkillazRenato CohenRenato Ratier e DJ Meme.

A admiração por esse trabalho foi tanta que Rita Lee tornou-se próxima de Gui Boratto, fechando uma collab em conjunto com seu marido Roberto de Carvalho no mesmo ano. Trazendo um groove único, que mistura a vibe atemporal da cantora com uma batida eletrônica moderna e vocais cativantes em francês e inglês, a track "Change" acabou sendo o último lançamento de Rita Lee em vida.

Rita Lee tornou-se um ícone da cultura do país, reinventando e deixando um legado imensurável para o cenário musical brasileiro – inclusive na cena eletrônica nacional. Sua contribuição para a música do país está eternizada e jamais se apagará.

 

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