Itaquera, na Zona Leste de São Paulo, foi onde começou a paixão do DJ Andrew por música, influenciado pelos pais, e quando ele já discotecava, ainda aos 9 anos. Embora hoje este DJ e produtor tenha base em Itaquaquecetuba, não faltam boas memórias de lá.
"A rede social das periferias eram os bailes, as casas noturnas e os clubs", ele conta.
Já em 2004, DJ Andrew praticava discotecagem no mesmo lugar onde dançava nos fins de semana: o icônico Lov.e Club. "Por ser uma profissão ainda marginalizada, meu pai nunca quis que eu seguisse este caminho. Por um tempo, fui músico em um grupo de samba, tocando banjo e cavaquinho. Mas foi a descoberta da cultura clubber no final dos anos 90 que me despertou a vontade de seguir adiante", relembra DJ Andrew, que via também na A.Lôca um refúgio dançante daquele período.
"Minha casa sempre foi regada com samba rock, funk e soul, estilos característicos da periferia e da comunidade negra. Mas foi na Sound Factory que eu me identifiquei com a música eletrônica. Era um som muito à frente do tempo, onde House e Techno predominavam na pista", relembra ele, cujo histórico de gigs tem passagens pelo Clash Club, Lab Club, Crazy Cake (Brasília), Garag-E (Goiânia), Malam (Floripa) e Cosmic (Porto Alegre), além de uma turnê no Reino Unido em 2019.
Com paciência, DJ Andrew teve um trabalho convencional em paralelo à discotecagem, até que, em 2015, passou a viver única e exclusivamente de música. Hoje, ele integra o coletivo BackFor3, que existe desde 2006 e rola atualmente no Bar do Netão. Além da residência no conhecido club da Rua Augusta, DJ Andrew também é regular na Fiel Discos e comanda a sua loja online de vinis, I'm a Vinyl Lover.
Defensor de um som que é, segundo ele, 'House com cara de Techno e Techno com cara de House', além de ser um exímio discotecário de vinil, DJ Andrew mantém um catálogo de lançamentos essencialista e, talvez por isso, poderoso e eficaz em mostrar sua identidade – lançou tracks pelas brasileiras Paunchy Cat e Cock Pitch Records, além de um lançamento exclusivo em bolacha pela húngara Techno Vinyls.
"Comecei comprando discos de Techno, já gostando da sonoridade de Detroit. Jeff Mills, Octave One, Kenny Larkin, Underground Resistance... e outros artistas que bebiam da mesma fonte, como Laurent Garnier", ele conta. Hoje, perfeitamente equilibrado entre a elegância do House e a potência techneira, DJ Andrew se tornou uma figura necessária de acompanhar.
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