O próximo evento do núcleo está marcado para o dia 3 de dezembro, no Cineclube Cortina
A pandemia, em especial o período mais rígido de lockdowns, foi um balde de água fria em muitas indústrias, a começar pela do entretenimento ao vivo. Muitos projetos deixaram de rolar em decorrência desta crise e, como um rebote criativo, muitos outros também apareceram, mesmo em meio ao contexto desafiador. Um desses projetos é a festa paulistana Moita que, em meio ao resquício de caos pandêmico, ao final de 2021, trouxe um pouco de alegria aos dançantes que sentiam falta de uma pista fervorosa.
Em suas quatro edições, a festa – liderada por Ahmad Claudio, Hildebrando Reina, Rafael Koziner e co-produzida por Maria Julia Magtaz, Gabriela Vianna e Eduardo Mello – testou de tudo um pouco. Levou suas sonoridades de house, disco, trance noventista e breaks para uma pista de vibe secreta no Anhangabaú. Transformou a decoração marcante da Casa Amarela Quilombo Afroguarany em um refúgio clubber a céu e repetirá a dose com a Moitinha, versão intimista do rolê que vai dar o ar das graças e dos beats no próximo dia 3 de dezembro.
O nome do rolê tem um significado especial; deriva-se de “moitará”, como é chamado o encontro das tribos Xingu, onde ocorrem trocas de conhecimentos, produções e cultura. “Somos uma festa diurna de House Music que se posiciona em prol da diversidade, inclusão e representatividade, para isso criamos um espaço de acolhimento em que todes possam se expressar de forma segura e livre, um ambiente para conexões, diálogos e trocas”, conta Ahmad Claudio.
CLUBBER DIURNO PODE SIM
Em sua curta história, a Moita foi criando um público fiel e consolidando sua presença até chegar no formato de festas à tarde. Para eles, isso pareceu pertinente não somente porque era algo raro na capital paulista, mas pela sede de criar uma experiência clubber mais sociável. “O pessoal comentou que busca um dancezinho pra curtir à tarde e não encontrava. Recebemos muitos feedbacks positivos e decidimos manter o formato”, conta Hildebrando, que é residente da Moita também, sob o codinome UIU.
Segundo ele, o dia traz uma leveza que evoca o groove e um contato humano mais amplo. “As pessoas se sentem mais acolhidas, sentem uma energia mais aberta para trocar ideia, conhecer gente nova e participar da experiência com um clima mais sociável que na noite”, continua. Como não se mexe em time que está ganhando, o local escolhido para a Moitinha foi o Cineclube Cortina, com decoração inédita.
A pista vai ferver na interessantíssima decoração meio sofisticada e meio cool do espaço. Além do espaço de cinema que vai acolher os dançantes com uma iluminação baphônica, a Moitinha vai preparar um lounge para os papos rolarem soltos e, de quebra, contará com o bar e restaurante oficiais do Cortina, que já são sinônimos de qualidade. Pensa, então, num rolê flertante “gastroclubber”.
OS SONS NA MOITA
Não importa se calhou de você estar virado e precisar de um after, ou se arrumar tode para uma festa depois do almoço; há aspectos que já são esperados numa edição da Moita e o carro-chefe, como tem que ser, é a música. Prometendo e entregando um soundsystem de alta qualidade, a proposta da festa é uma plena “gestão de grooves” que passeiam pelos melhores momentos da house e disco music.
Em edições passadas, nomes como Transvegana (foto), Pr.a.do, Melissa Di Creddo e Sarlim agitaram o público da Moita. O ecletismo proporciona um storytelling sonoro interessante ao longo dos eventos – ora você curte um house mais classudo à disco “chicletrônica”, ora adentra as hipnoses do trance e do indie dance, ora a alçada mais mental do breakbeat. Tem para todos os gostos.
No dia 3 de dezembro, o lineup já está formado. Junto aos residentes UIU e Or_ganic, um dos destaques da Moitinha será Vitor Lagoeiro, co-fundador e residente da inconfundível festa mineira MASTERp la n o, e Tati Lisbon, artista que estava na wishlist da produção há um bom tempo. Arraya, artista em ascensão no underground nacional, chega ao time para somar com força na dança nonstop.
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