A 50ª volta ao sol chegou para Adriana Franco, que celebra também os 25 anos de carreira sob a alcunha artística de Ekanta. A DJ e produtora dedica exatamente metade da sua jornada de vida para impulsionar as batidas sintéticas do PsyTrance no Brasil — o que a consagrou como a mãe do gênero em solo nacional.
Ao longo dessas duas décadas e meia, Ekanta foi uma peça fundamental para a solidificação da música eletrônica em solo tupiniquim, seja impulsionando a carreira de incontáveis artistas (e de seus próprios filhos, Alok e Bhaskar), levando a cultura do PsyTrance através de sua chancela musical para os quatro cantos do país ou junto de um dos festivais mais potentes do mundo, o Universo Paralello.
Venhamos e convenhamos: é um privilégio a chance de ver uma das maiores protagonistas de um gênero tão forte como o Trance alcançar um marco como esse. Por isso, aproveitando esses importantes acontecimentos, convidamos Ekanta para nossa primeira entrevista com ela.
Olá Ekanta, seja muito bem vinda à Play BPM. O PsyTrance ganha cada vez mais novos adeptos, então gostaria de propor que começássemos retornando aos primórdios da sua carreira. Qual é a sua primeira lembrança de um contato com a música eletrônica?
Oi, pessoal! Obrigada pelo convite. Então, meu primeiro contato com a música eletrônica foi ainda adolescente ouvindo bandas como New Order, Depeche Mode, entre outras… mas com o Psy foi em 1993, quando minha irmã voltou da Índia trazendo fitas cassetes de trance psicodélico.
A partir desse contato, você se lembra também do momento que entendeu que poderia levar a carreira de DJ como algo profissional?
Foi um click! Uma voz que veio do coração, “quero ser dj”, a questão profissional foi uma coisa natural que foi fluindo, acontecendo, mas a volta ao Brasil em 1998 foi fundamental para eu me profissionalizar.
E você passou um bom tempo em Amsterdam, não foi? Conta para gente como foi essa vivência também, as dores e delícias.
Nossa, a história é longa… foram momentos incríveis, fomos muito felizes, mesmo estando lá de forma ilegal com duas crianças pequenas. Eu trabalhava como faxineira e modelo vivo, sabia que tinha algo importante da minha vida que estava lá, que Amsterdam era o lugar que eu iria encontrar.
Mudamos de casa oito vezes em três anos, foi um tempo difícil e mágico. Mas muito do que somos hoje como pessoas foi construído na Holanda, uma grande escola!
Quando foi que você retornou ao Brasil, e com qual mentalidade?
Voltei em 1998, com o sonho de trazer as festas e todo o movimento dessa cultura para o Brasil. Pensei: ‘todos vamos ter trabalho, uns djs, outros performances, decoração, bar, comida’, enfim, vai ter trabalho pra família toda e todos os amigos!
Além de apresentações impactantes no UP, você também embalou os palcos de alguns dos maiores eventos do gênero pelo mundo, né? Quais apresentações e outros acontecimentos desses 25 anos você destacaria?
Olha, alguns que eu gostaria de pontuar são: Trance Buddha, em Amsterdam, 1998, Voov Festival, na Alemanha, em 2000, Boom Festival chill out, em 2002, Solstice Festival, em Ruigoord, Holanda, 2010, Hilltop, em Goa, 2018… acontecimentos foram muitos, mas uma coisa que eu gostava bastante era de tocar chill out nas cerimônias de Ayahuasca em Amsterdam.
Quais foram os sonhos (profissionais e pessoais) que a música eletrônica te permitiu realizar?
Gosto muito de viajar e a profissão me proporcionou conhecer muitos lugares que sempre sonhei visitar. Fazer a alegria das pessoas e perceber que a energia muda e a cura chega através da música é muito gratificante. Hoje posso dizer com o coração tranquilo que sou realizada como pessoa e como profissional, a música eletrônica é responsável por uma grande parte dessa realização.
E quais você ainda pretende alcançar?
Tem muitos lugares que ainda não toquei, África, Austrália… vários festivais que ainda não me apresentei, dentro e fora do Brasil. Quero continuar produzindo muita música. É um caminho sem volta, infinito, a gente sempre pode ir mais longe!
Recentemente você lançou Vozes, um potente álbum que ecoa como um chamado da natureza, dos povos e dos animais. Depois de três meses do lançamento, como você interpreta o álbum?
Confesso que fiquei surpresa e muito feliz em ver como as pessoas receberam o álbum, ele está funcionando super bem nas pistas e a mensagem está sendo totalmente compreendida.
Por fim Ekanta, o que acha de nos contar como estão suas previsões para o Ano do Tigre? Um abraço, feliz novo ciclo e tudo de bom em seus caminhos!
Para este ano quero tocar e divulgar Vozes, dentro e fora do Brasil. Produzir e lançar tracks e trazer muita coisa boa pras pessoas através da música! Que Assim Seja! Obrigada.
Ekanta: Instagram | SoundCloud.
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