Trazendo brasilidade na maioria de suas tracks, Duarte traz uma pegada carioca única, que é bastante difícil de ser encontrada em produtores do Rio de Janeiro
Intensificando a força brasileira em terras estrangeiras, contrariando aquela velha máxima de que música eletrônica tem que ter vocal gringo para ser boa, os produtores Duarte e Ragie Ban assinam a track “Stop Posing”, na conceituada CUFF de ninguém menos que os franceses Amine Edge and Dance. Com um vocal “dirty”, um groove cadenciado e uma letra que gruda na cabeça, os artistas brasileiros trouxeram um estilo de som que ainda não havia rolado na gravadora, explorado cada vez por artistas da nova geração e reconhecida internacionalmente.
Despontando como um dos principais nomes do Tech House carioca, João Victor Duarte, de 21 anos, é um artista que valoriza as letras com vocais nacionais. Trazendo brasilidade na maioria de suas tracks, Duarte traz uma pegada carioca única, que é bastante difícil de ser encontrada em produtores do Rio de Janeiro.
Com lançamento oficial nesta sexta-feira, (25 de Fevereiro) a track já possui inúmeros suportes de artistas internacionais e nacionais como o próprio Amine Edge & DANCE, Clyde P, Chicks Luv Us, Shiba San, Slow Motion, Brisotti, Mochakk, entre outros. Duarte e Ragie Ban contam com exclusividade à DJMAG sobre como foi o processo criativo da música e também batemos um papo exclusivo com os franceses do Amine Edge and Dance para saber mais dessa ligação com os artistas brasileiros:
RTH: Como surgiu a “Stop Posing” e como foi o processo criativo da track?
Duarte: “A track surgiu durante uma call entre nós dois. Em uma dessas madrugadas pensamos em fazer algo fora da caixa. Começamos a criar uma música, só que ficamos pensando em procurar algo que seja mais a cara do Brasil, um vocal que marcasse e que ninguém esperasse, daí começamos a procurar uns vocais de funk na zoeira, sem compromisso. Durante outra dessas ligações o Ragie achou esse vocal em um ponto de funk e ficamos brincando com o vocal até que fizemos um groove maneiro e caiu como uma luva, a track fluiu naturalmente e acabamos na mesma noite.”
Ragie: “Na época eu lembro que ficou engraçado demais, tanto que nem pensamos em lançar em lugar nenhum, nem mandar pra ninguém, na hora foi uma produção mais na brincadeira.
RTH: Como foi a escolha dos elementos para a construção e estruturação da track?
Ragie: Começamos pelo vocal e já fizemos um loop principal (drop) para dar início às ideias. Eu tive a ideia de vir com o vocal filtrado e decidimos deixar o “para de pose” de hook.”
Duarte: “No segundo break dei a ideia de usarmos alguns impacts pra gerar uma tensão e cair nesse drop mais seco e utilizar alguns white noises, inclusive pensamos na época que ia ser maneiro dar essa noção de CO2 para explosão hahahaha”
RTH: Como vocês receberam a notícia de que ela seria lançada pela CUFF e como reagiram a isso?
Duarte: “Alguns dias depois de finalizarmos a track mandamos para alguns parceiros para feed, e por indicação do Jho Roscioli e os garotos do Cla$$ & JCult mandamos para a CUFF, gravadora do Amine Edge & DANCE. Lembro que o Carlos “Cla$$ me disse – “eles vão gostar muito da ideia- , já que a possibilidade que não havia de jeito nenhum passado na cabeça de nós dois, mandamos mas sem pretenção nenhuma.”
Ragie:” Passado uns dias recebi o email confirmando o release de manhã cedo, lembro que o Duarte estava dormindo e eu ligando e mandando mensagem pra ele loucamente após ter visto o e-mail e quando ele atendeu, ele ficou maluco também e comemoramos demais juntos, a sensação foi única, a gente não tinha nem criado expectativa e aconteceu. Ficamos muito felizes com o lançamento e ainda mais por ser a Stop Posing” que representa muito o Brasil e ser uma das primeiras músicas em português na gravadora britânica.”
RTH: O que essa track representa para o projeto de vocês?
Duarte: “Para mim esse release é muito importante pois intensifica a força brasileira não só nos grooves mas também no vocal, algo que eu tenho vontade de explorar cada vez mais.”
Ragie: “Essa track foi umas das que não era das minhas favoritas, mas de acordo com o passar do tempo, ela foi se tornando diferente pra mim, por não ser só uma música mas sim por me trazer motivos e ter outros valores além da música.
O Duarte é meu irmão e lançar música com ele é sempre demais, pois ajudamos uns aos outros e estamos sempre se ajudando, ver que nosso trabalho está dando certo juntos me deixa feliz demais. Estar saindo pela CUFF é uma realização e só intensifica ainda mais o propósito.” finalizam os produtores.
Com quase 10 anos de carreira e com hits que fazem qualquer marmanjo chorar nas pistas brasileiras a fora com tracks como “Lost”, “Lovely Dale” entre outras, o duo francês são considerados por muitos os produtores mais “gangstas” da cena eletrônica e donos de uma das gravadoras mais conceituadas, a CUFF, Amine Edge e DANCE conversaram com exclusividade a DJMAG e falaram um pouco sobre esta track e a relação com o público brasileiro.
RTH: Como é a reação do público ao tocar essa faixa nas pistas brasileiras?
Amine Edge: Essa faixa chama muito a galera aqui no Brasil. Eu sei que vai destruir a pista mesmo depois de jogar a “Lost” e a galera ainda vai ao delírio. O fato da letra ser suja em português, a galera fica super empolgada ao ouvir mesmo que eles nunca tenham ouvido.
RTH: Por que você decidiu lançar na sua gravadora?
Amine Edge: “Porque simplesmente ela é uma bomba. A faixa é muito original e um “banger” único.
RTH: O que uma faixa precisa ter para ser lançada pela CUFF?
Amine Edge: “Comecei a gravadora em 2014 e desde então, ainda não sei a resposta, enquanto outras gravadoras tendem a assinar um tipo específico de som para tentar construir uma identidade e uma vibe, eu não me importo com isso, eu simplesmente ouço todas as demos que são enviadas e assino o que me faz sorrir, dançar, e com raiva e qualquer tipo de emoções boas, não importa o estilo.”
RTH: Você poderia falar um pouco sobre sua ligação com o projeto Duarte e Ragie Ban?
Amine Edge:“Falei brevemente com o Ragie pelo Instagram e gostaria de conhecê-lo em breve, mas encontrei o Duarte algumas vezes aqui no Rio onde ele mora próximo onde agora tenho minha segunda base, gosto muito da vibe dele. Ele é muito parecido comigo na verdade, também temos mais faixas deles chegando este ano. Realmente estou muito animado com isso.”
RTH: Você poderia falar sobre sua conexão com o Brasil e os fãs brasileiros?
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