No mundo em que vivemos hoje, num estalar de dedos tudo pode mudar e o que era super moderno vira imprestável, ou até mesmo brega. Por isso é preciso estar preparado para o futuro (que pode chegar amanhã ou daqui um século) e a única forma de pelo menos se ter uma idéia do que vai acontecer são as pesquisas, que geram dados importantes para desenhar tendências.
Em um panorâma geral a indústria subiu 3%, valendo hoje 7.4 bilhões de dólares.
Anualmente uma instituição chamada International Music Summit — criada em 2007 e apresentada pela lendária voz da BBC1 Pete Tong — publica um estudo sobre a indústria de música eletrônica mundial. Nesse relatório existem informações vitais para o setor em 2017, tanto para o artista, como para empresários e resumimos pra você:
STREAMING
Com o crescimento exponencial de mais de 65% dos serviços de streaming pagos de 2015 para 2016 ficou muito mais fácil entender o gosto do público. E a notícia é mais que positiva. No Spotify, por exemplo, são mais de 12 bilhões de streams mensais de música eletrônica, sendo que o Brasil está entre os dez países que mais ouvem música eletrônica na plataforma.
Nos Estados Unidos, a música eletrônica cresceu cerca de 0.8% em todos os formatos — venda de álbuns, venda de tracks, streamings — e se tornou o quinto gênero mais popular por lá — acima inclusive da música latina. Em rádio comum o setor também se destaca. Na França, por exemplo, a música eletrônica foi o gênero mais tocado em 2015 — cerca de 29% da programação das emissoras — já no streaming, o estilo ficou em segundo lugar, perdendo só para o rap.
VENDA
O maior site de compra de músicas do gênero, o Beatport, também teve um saldo positivo no relatório da IMS esse ano. A plataforma recebeu 14% visitantes a mais que no ano passado, além de um crescimento de 7% nos usuários e 4% nas vendas — só no primeiro bimestre do ano.
Na Alemanha, as vendas de dance music dobraram em três anos, se tornando o quinto gênero musical mais vendido. Sendo que mais da metade desses consumidores, tem menos de 40 anos — a maior proporção de todos os estilos de música. Por aqui, no Brasil, a venda de músicas só cresce e mundialmente ela é vinte e cinco vezes maior que em 2007.
ESTILOS
Mas afinal, o que o público quer ouvir na pista? Ainda segundo o Beatport, Techno é o gênero da música eletrônica mais vendido desde 2015. Além dos destaques do Drum'n'Bass — que há tempos vem caindo no gosto mundial — e do Trance, que ressurgiu como sexto estilo mais vendido depois de mais de um ano em baixa. Nesse ano, um novo gênero apareceu nessa classificação: o Future House, que está a frente nas vendas do Eletro House, que só cai há 9 meses.
CACHÊS
Sobre os cachês, as coisas parecem estar seguindo o fluxo. O Calvin Harris — DJ com o cachê mais caro de acordo com a Revista Forbes— teve queda de 1% no seu valor, mas ainda ocupa a posição de nono músico mais bem pago do mundo. Quem está um pouco mais atrás da lista está comemorando, afinal a partir da quarta posição — entre 12 DJs escolhidos pela Revista Forbes — todos tiveram um aumento de 5% em seu cachê.
ONLINE
Falei lá em cima sobre mudanças rápidas, correto? Quando se trata de redes sociais isso se altera ainda mais rápido, e a cada ano os números ficam mais estratosféricos. No Instagram, por exemplo, Martin Garrix cresce onze vezes mais rápido do que no Facebook. O Twitter — que para muitos estava morto — ainda cresce entre os artistas de música eletrônica, cerca de 14% no ano de 2016.
Os números variam bastante de DJ para DJ, mas há quem faça um trabalho comum para todas as plataformas, como o The Chainsmokers, que cresceu 15% em todas elas. Outro dado interessante, DJs mais veteranos quase não tem mudança em seus números online. Porém esse aumento tem sido a passos mais lentos, dependendo da rede social. O The Chainsmokers ganha 28 mil seguidores por dia, 47% menos do que David Guetta no seu auge. Ainda usando esses DJs como base, Closer teve 44% mais visualizações que Hey Mama.
MULHERES
Elas ainda são minoria nos headlines dos festivais. Só 17% dos artistas são mulheres em festivais. Mas há algumas iniciativas para mudar esse cenário, como a Smirnoff, que está com uma campanha para duplicar o número de mulheres nos principais festivais do mundo, isso em três anos.
FESTIVAIS
E por falar neles, os festivais estão com tudo. 40% dos millenials — nascidos em 80 — americanos dizem que estão mais propensos a sair para eventos, principalmente pelo evento por si só, não apenas para ver um DJ específico — os millenials representam quase dois bilhões de pessoas no mundo.
Festivais icônicos comoTomorrowland e Ultra Music Festival cresceram quase dez vezes mais entre 2012 e 2017, se utilizando de outros eventos menores para dissipar a marca. Eles também quintuplicaram a capacidade de 2008 para cá.
Além dos festivais, a América Latina tem muitos clubs de música eletrônica de alto padrão, sendo que sete deles estão no top 10 de melhores do mundo, segundo a Revista DJ Mag.
INDÚSTRIA
Grandes marcas do setor estão sendo compradas, como a Pacha — que foi comprada pelo grupo de investimentos Trilantic — e a Ministry of Sound — que a Sony Music britânica adquiriu. Equipamentos de DJ estão vendendo duas vezes mais que guitarras no mundo, desde 2007. Em um panorâma geral a indústria subiu 3%, valendo hoje 7.4 bilhões de dólares.
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